Lula é Foda – reafirma soberania do Brasil antes de reunião com Donald Trump: “Não nos curvaremos a ameaças”
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25 de outubro de 2025Às vésperas do primeiro encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reforçou, neste sábado (25), que o Brasil não se curvará a pressões ou medidas de coerção impostas por potências estrangeiras.
A declaração foi feita durante o discurso em que Lula recebeu o título de Doutor Honoris Causa em Filosofia e Desenvolvimento Internacional e Sul Global concedido pela Universidade Nacional da Malásia, em Kuala Lumpur. O evento consolidou a imagem do Brasil como um país protagonista e independente no cenário internacional.
Postura firme diante das sobretaxas impostas pelos EUA
Desde agosto, produtos brasileiros têm sido alvo de sobretaxas de até 50% impostas pelo governo norte-americano. A medida, segundo analistas, é vista como uma tentativa de pressionar o Brasil em temas comerciais e diplomáticos.
Lula, no entanto, foi enfático ao afirmar que “tarifas não são mecanismos de coerção” e que o Brasil não aceitará intimidação de nenhuma potência mundial.
“Somos a maioria da população mundial e compartilhamos o mesmo desejo de justiça e superação das desigualdades. Rejeitamos a lógica da guerra como continuidade da política. Nações que não se dobraram ao colonialismo e à dicotomia da Guerra Fria não se intimidarão diante de ameaças irresponsáveis”, declarou o presidente.
Com a reunião marcada para os próximos dias, o encontro entre Lula e Trump promete ser um dos mais tensos da diplomacia recente. Segundo o Palácio do Planalto, o governo brasileiro pretende defender a soberania nacional, o comércio justo e o fortalecimento das economias emergentes, sem abrir mão de seus princípios.
Brasil se impõe como voz do Sul Global
Lula também ressaltou o papel estratégico do BRICS ampliado — bloco que agora inclui países como Indonésia e Emirados Árabes Unidos — na construção de um mundo multipolar, menos desigual e mais pacífico.
“É inaceitável que os países ricos tenham nove vezes mais poder de voto no FMI do que o Sul Global. É hora de interromper os mecanismos que sustentam, há séculos, o financiamento do mundo desenvolvido às custas das economias emergentes”, afirmou Lula.
A defesa de uma ordem internacional baseada na diplomacia, no diálogo e na igualdade soberana das nações é, segundo o presidente, o eixo central da política externa brasileira. O discurso também serviu como recado direto a Washington: o Brasil busca parceria, não subordinação.
Reunião decisiva
A reunião entre Lula e Donald Trump deverá abordar temas sensíveis como barreiras comerciais, meio ambiente, cooperação energética e equilíbrio geopolítico. O governo brasileiro adiantou que não aceitará retrocessos nas negociações e defenderá o direito de o Brasil conduzir sua política econômica e ambiental com autonomia.
Fontes do Itamaraty classificam o momento como “uma oportunidade histórica de reafirmar a soberania nacional”, especialmente em um contexto global de disputas comerciais e fortalecimento do protecionismo.
Com esse posicionamento firme, o Brasil volta a ser reconhecido como uma potência independente, que dialoga de igual para igual com as maiores economias do planeta — sem abrir mão de sua dignidade, de sua voz e de seu povo.
