SEGURANÇA PÚBLICA VIROU PALANQUE ELEITORAL: TIROTEIOS ESTRANHOS LEVANTAM SUSPEITAS EM PLENA VÉSPERA DE ELEIÇÃO

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12 de novembro de 2025
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A poucos meses da eleição, o tema segurança pública — que deveria ser tratado com seriedade, dados e responsabilidade institucional — voltou a ser usado como arma política no Brasil. O assunto, que naturalmente é prioridade para a população, transformou-se em palco eleitoral para discursos inflamados, ataques entre grupos políticos e exploração midiática de episódios de violência.

Nos últimos dias, cidades que historicamente não fazem parte de rotas conhecidas do tráfico começaram a registrar tiroteios supostamente ligados a facções criminosas. O movimento acendeu um alerta: por que regiões fora do interesse estratégico do crime organizado estão sendo palco de confrontos justamente agora? Quem ganha com essa escalada repentina da violência?

Estados e municípios, que constitucionalmente compartilham responsabilidades com a União, acabam sendo usados como alvos preferenciais por políticos — sejam governistas ou oposicionistas — que tentam transformar qualquer ocorrência em munição eleitoral. O resultado é um ambiente de insegurança que beneficia apenas quem deseja manipular a percepção pública.

É claro que não se pode ignorar a existência real do crime organizado em locais onde a disputa por território é histórica, como no Rio de Janeiro. Nesses casos, há forte presença de facções e interesses claros no domínio de áreas estratégicas. Mas o que dizer de cidades onde facções não têm atuação consolidada? Por que grupos criminosos passaram a realizar ataques justamente em regiões onde não havia interesse direto?

A coincidência com o calendário eleitoral reacende uma suspeita grave: há manipulação dos fatos? Há grupos políticos se beneficiando da violência? A inteligência das forças de segurança precisa investigar com rigor para identificar eventuais articulações criminosas que ultrapassem o crime comum e alcancem interesses eleitorais.

O país vive um momento em que a discussão sobre segurança pública deveria ser técnica e institucional, baseada em planejamento, prevenção e investimentos. No entanto, a violência tem sido palco e vitrine para interesses que nada têm a ver com a proteção da população.

Quem está por trás desses episódios? A quem interessa o clima de medo? Por que esse padrão se repete justamente na Bahia e em outras regiões às vésperas das eleições?

Essas respostas só virão com investigação séria, neutra e profunda — exatamente o que a sociedade espera das autoridades. Enquanto isso, fica a pergunta que o Brasil já não pode mais evitar: estão transformando a segurança pública em estratégia eleitoral?

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