Mayra Brito denuncia conivência em invasões e roubo de café no Extremo Sul

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08 de maio de 2025
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Ex-prefeita de Prado denuncia conivência de autoridades com invasões e roubo de café no Extremo Sul da Bahia

A ex-prefeita de Prado, Mayra Brito, utilizou suas redes sociais nesta quinta-feira, 8 de maio, para denunciar a conivência de autoridades públicas com invasões de propriedades rurais no Extremo Sul da Bahia. Segundo ela, indivíduos estariam se passando por indígenas para ocupar fazendas produtivas e colher ilegalmente a safra de café, enquanto os produtores são impedidos de acessar suas plantações.

Em vídeo publicado em seu perfil no Instagram, Mayra afirma que os invasores não são indígenas, mas aproveitadores que contam com a conivência de órgãos públicos. Ela destaca que os responsáveis entram nas fazendas, colhem o café, secam e vendem as sacas como se fossem os legítimos donos. A ex-prefeita enfatiza que os produtores, após um ano de trabalho, estão sendo impedidos de colher o que plantaram, enquanto observam sua produção ser levada por criminosos.

A situação ocorre mesmo após o envio da Força Nacional de Segurança Pública ao Extremo Sul da Bahia, que desde o fim de abril atua nas terras indígenas Pataxó e Pataxó Hã Hã Hãe em apoio à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). A medida visava conter a escalada dos conflitos fundiários e garantir a ordem pública, mas relatos atuais indicam que as invasões e o roubo de café persistem.

Nossa reportagem levanta uma questão essencial: quem está comprando o café colhido ilegalmente? A comercialização de produtos oriundos de crime configura receptação, conforme o artigo 180 do Código Penal Brasileiro. A legislação prevê pena de reclusão de 1 a 4 anos, além de multa, para quem adquirir, transportar ou revender produtos de origem criminosa. Nesse contexto, é fundamental que as autoridades não apenas combatam as invasões, mas também investiguem e punam toda a cadeia envolvida nesse ciclo de ilegalidade.

Também cabe destacar que o Extremo Sul da Bahia é um dos principais polos de produção de café conilon do país. Essa produção legal e estruturada abastece mercados internos e externos, gerando emprego, renda e desenvolvimento regional. A entrada de café oriundo de invasões coloca em risco a credibilidade da cadeia produtiva, ameaça os negócios dos produtores que atuam dentro da legalidade e pode comprometer o valor do produto baiano nos mercados.

O caso revela um cenário preocupante de insegurança jurídica e fundiária no Extremo Sul da Bahia. Apesar das ações anunciadas, a continuidade das invasões demonstra a urgência de respostas mais enérgicas por parte do poder público, tanto na proteção dos produtores quanto na responsabilização dos envolvidos.

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