URGÊNCIA NA ESTRADA: UM PLANO REAL PARA O DESVIO DO JEQUITINHONHA

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23 de junho de 2025
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Por Sammy Chagas

A estrada de desvio montada após a interdição da ponte sobre o rio Jequitinhonha, no sul da Bahia, deixou de ser uma alternativa viável e passou a ser um verdadeiro campo de resistência para quem precisa trafegar pela BR-101. Com a ponte parcialmente liberada apenas para veículos leves e de emergência, ônibus e caminhões continuam obrigados a utilizar um desvio de terra batida, em condições extremamente precárias.

Falo por experiência própria: enfrentei o percurso. Vi ônibus quebrando, passageiros descendo para empurrar, caminhões atolando, famílias inteiras no meio do nada. Viagens que antes duravam menos de uma hora agora ultrapassam 3 ou 4 horas, numa estrada esburacada, mal sinalizada e com total ausência de estrutura mínima.

Segundo o DNIT, mais de 3.200 veículos circulavam diariamente por esse trecho antes da interdição. Esse volume permanece alto, principalmente com caminhões e ônibus obrigados a pegar o desvio. São milhares de pessoas afetadas todos os dias. E isso exige mais do que comunicados: exige ação prática, visível e urgente.

O governo federal anunciou a manutenção emergencial no desvio. Mas quem percorre o trajeto diariamente sabe que a promessa ainda não se transformou em realidade. E o tempo firme, seco, que favorece os serviços de recuperação, está passando. A pergunta que não quer calar é: vamos esperar começar a chover novamente para agir?

Não é hora de apontar culpados, mas de cobrar providências. Não se trata de culpar o Governo, e sim de alertar quem tem a responsabilidade de agir. A região precisa de um plano emergencial, que contemple ações simples e imediatas:

  • Patrulhas mecânicas de plantão, para manutenção constante da estrada;
  • Segurança na via, com viaturas e reforço da sinalização;
  • Paradas estratégicas com suporte mínimo, como bebedouros, cobertura e banheiros químicos;
  • Equipes de apoio e socorro móvel, disponíveis em tempo integral.

E se o desvio já é um sofrimento, as estradas pavimentadas da região também gritam por socorro. A BA que liga Potiraguá a Itapetinga, por exemplo, está tomada por buracos, dificultando ainda mais o trânsito de quem busca rotas alternativas. O problema se alastra por toda a malha regional.

A população entende que grandes obras levam tempo, mas não é possível aceitar passivamente o improviso permanente. Quem depende da estrada não quer discurso – quer respeito e resposta.

Que esse apelo chegue aos gabinetes onde as decisões são tomadas. Que se ouça o clamor de quem carrega mercadoria, de quem precisa ir a um hospital, de quem viaja com filhos pequenos no colo, de quem simplesmente quer chegar.

O sul da Bahia pede socorro. O tempo de agir é agora.

 

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