Trump, o “Inimigo do Brasil”: Quando a Direita Atira no Próprio Pé
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14 de agosto de 2025É impressionante assistir, quase como um filme de tragédia política, à sequência de erros estratégicos cometidos pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Hoje, ele ostenta o título nada honroso de “inimigo do Brasil” — e que fique claro: não falo do povo americano, mas sim do ocupante da Casa Branca.
Trump parece empenhado em dar um tiro no pé… seguido de outro. E, para completar a obra, já se especula que, em breve, ele concederá nacionalidade americana a toda a família Bolsonaro. Sim, aquela mesma família que não economiza esforços para ir até as últimas instâncias em apoio às sanções contra o Brasil.
O mais recente ataque de Trump ao nosso país foi contra o programa Mais Médicos. E está claro que o governo americano não entende o que o programa representa para o Brasil: médicos enviados para postos de saúde em comunidades afastadas, em regiões amazônicas, em cidades interioranas, nos lugares mais longínquos deste imenso território continental. Onde muitos brasileiros nunca tiveram acesso a um profissional de saúde, o Mais Médicos chega, oferecendo dignidade e salvando vidas.
O problema? Quem está pagando essa conta não são os poderosos, mas o povo brasileiro. É difícil entender onde eles enxergam nisso alguma estratégia para fortalecer a direita. Na prática, essa postura mina a própria base conservadora e deixa até a extrema direita com cara de quem foi traída na própria trincheira.
Trump também ignora que a economia brasileira é diversificada. O Brasil não depende de um único produto ou mercado. Somos produtores de alimentos, minérios, energia, tecnologia e muito mais. As sanções tarifárias impostas agora podem causar ruído, mas, com o tempo, a economia nacional se ajusta e encontra novos mercados.
O que o presidente americano não percebeu é que seu tiro contra o Brasil ricocheteou e acertou o próprio povo americano. Hoje, cidadãos dos Estados Unidos estão pagando mais caro para comer carne, beber café e tomar suco de laranja — produtos que, em grande parte, vêm do Brasil. A escalada de preços está nas prateleiras dos supermercados norte-americanos, mas Trump parece mais preocupado em fazer bravatas políticas do que defender o bolso de seu eleitorado.
Trump parece não ter entendido o básico: quem decide o futuro do Brasil é o povo brasileiro. É o voto popular que elege nossos representantes. E se há políticos — radicalmente ligados à família Bolsonaro — que trabalham contra o Brasil, e o fazem de fora, estão apenas cavando um buraco mais fundo para sua própria credibilidade.
O mais curioso é que esse comportamento desastroso transformou Trump e seus aliados internacionais no maior comitê de campanha de Lula. Sim, o presidente brasileiro até poderia enfrentar dificuldades numa eventual disputa pela reeleição, mas, com as trapalhadas do governo americano e a ofensiva suicida da família Bolsonaro contra seu próprio país, o campo ficou aberto para Lula correr sozinho rumo a 2026.
Cada novo gesto hostil vindo de Washington é mais um presente político para o atual governo brasileiro. E, ironicamente, aqueles que juram combater Lula estão fazendo exatamente o oposto: alimentando sua força eleitoral. É como se Trump tivesse trocado a bússola por um revólver… e não parasse de atirar no próprio pé.
