Toda ida ao MST é um aprendizado afirma Alimelque Zulu

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10 de novembro de 2021
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A exibição especial do filme Marighella no assentamento Jacy Rocha, do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), em Prado, extremo sul da Bahia, contou com a presença de diversas lideranças e do elenco do filme.

Após o filme, foi realizado um debate com a equipe de produção, liderada pelo diretor Wagner Moura. Entre os presentes estavam Maria Marighella, neta do guerrilheiro, e o ator Bruno Gagliasso, que vive o delegado Sérgio Paranhos Fleury.

Para uma das lideranças do movimento negro no Extremo Sul Alimelque Zulu “Toda ida ao MST é um aprendizado, ainda mais nessa ocasião com representantes de todo o país. Aprendemos muito e percebemos que a luta já está colhendo frutos, são muitos jovens engajados, aprendendo e trocando com os mais experientes para encarar essa nova realidade”,

Wagner Moura

O diretor do longa ressaltou a importância do encontro. “Apresentar o filme nesse assentamento nos dá a sensação de que finalmente o filme encontra com seu público. O MST nos inspira e essa é uma noite que faz com que ser artista tenha sentido, que signifique algo”.

Filme censurado

O filme, que conta a história do deputado e guerrilheiro Carlos Marighella (1911-1969), inimigo número um da ditadura militar, teve sua estreia cancelada no Brasil em 2019. Era o primeiro ano do governo Bolsonaro e o longa, que deveria entrar em cartaz em 20 de novembro daquele ano, marcando os 50 anos da morte do protagonista e Dia da Consciência Negra, ficou durante dois anos sem data de estreia.

Naquele momento Marighella já era exibido em festivais de cinema em todo o mundo e tinha acabado de ser aplaudido no Festival de Berlim. No Brasil, Bolsonaro ameaçava colocar um “filtro”, na Ancine (Agência Nacional do Cinema), como condição para não extingui-la.

A estreia no Brasil ocorreu na última quinta-feira, 4, nas principais salas de cinema do país.

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