
SEXTA-FEIRA SANTA NÃO É APENAS UM FERIADO: É DIA SANTO E DE PRECEITO PARA OS CRISTÃOS
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18 de abril de 2025Data relembra a paixão e morte de Jesus Cristo, com ritos sagrados, silêncio e reflexão; Igreja convida fiéis a viverem com profundidade este momento de fé
A Sexta-feira Santa, também chamada de Sexta-feira da Paixão, é um dos momentos mais marcantes e sagrados para os cristãos. A data, celebrada sempre na sexta-feira anterior ao Domingo de Páscoa, recorda o sofrimento, a crucificação e a morte de Jesus Cristo. Mais do que um ponto na agenda de feriados nacionais, esta sexta-feira é um dia santo e de preceito para os católicos e não pode ser reduzida a um simples descanso no calendário.
UM DIA SANTO, NÃO UM FERIADO QUALQUER
Infelizmente, muitas pessoas enxergam a Sexta-feira Santa apenas como mais um feriado, um dia para descansar, viajar ou ir ao lazer. Contudo, para a Igreja Católica, é um dia de profundo recolhimento, de silêncio e oração. Trata-se de uma data litúrgica obrigatória, ou seja, um preceito de fé que deve ser respeitado pelos cristãos, conforme o Código de Direito Canônico da Igreja (cân. 1246-1248).
A crítica é clara: transformar a Sexta-feira da Paixão em feriado comum é banalizar o maior gesto de amor da história, o sacrifício de Jesus na cruz pela salvação da humanidade. Não é um dia de festa, tampouco de celebração mundana. É um convite à conversão, à penitência e à contemplação do mistério da cruz.
HISTÓRIA E SIGNIFICADO
A celebração da Sexta-feira Santa tem origem nos primeiros séculos do cristianismo, quando as comunidades cristãs passaram a dedicar esse dia à memória da paixão e morte de Jesus. A palavra “paixão”, do latim passio, significa sofrimento, e neste dia os fiéis revivem, em oração e silêncio, as últimas horas de Cristo.
É o único dia do ano em que não há celebração da Santa Missa. Em seu lugar, ocorre a Celebração da Paixão do Senhor, com a leitura do Evangelho segundo São João, a adoração da cruz e a comunhão com as hóstias consagradas na Quinta-feira Santa.
TRADIÇÕES E COSTUMES CRISTÃOS
Os cristãos são convidados ao jejum e à abstinência de carne, como forma de penitência e solidariedade com o sofrimento de Cristo. Muitas paróquias realizam a Via-Sacra, encenações da Paixão e procissões silenciosas pelas ruas, unindo fé, emoção e memória viva do Evangelho.
O altar permanece desnudado, as imagens cobertas, o silêncio reina nos templos. Cada gesto litúrgico expressa o luto da Igreja pela morte de seu Senhor, mas também sua confiança na Ressurreição, que se aproxima com o Domingo da Páscoa.
UM CHAMADO À CONVERSÃO
Mais do que um rito, a Sexta-feira Santa é um chamado à mudança de vida. A cruz não é apenas símbolo de dor, mas de vitória. Como lembrou o Papa Francisco: “A cruz de Cristo não é uma derrota, mas o maior ato de amor do mundo”.
Por isso, a Igreja faz um apelo: que os cristãos não tratem este dia como mais um no calendário, mas vivam com fé, gratidão e respeito esse tempo de entrega. É hora de parar, refletir, reconciliar-se com Deus e com o próximo.
CELEBRAÇÃO UNIVERSAL
A data é respeitada em diversas partes do mundo cristão — católicos, ortodoxos e algumas comunidades protestantes. No Brasil, é feriado nacional, o que deveria facilitar a participação nas celebrações, mas muitas vezes acaba sendo motivo de fuga espiritual. A fé, porém, não tira férias.