“Será que essa moda pega?” Prefeito de São Gonçalo dos Campos recolhe lixo e devolve na porta do suposto responsável: “Vá jogar lixo na casa da…”

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09 de outubro de 2025
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O prefeito de São Gonçalo dos Campos (RMFS), Tarcísio Pedreira (União Brasil), protagonizou nesta semana uma cena que viralizou nas redes sociais: equipes da prefeitura recolheram entulho e resíduos jogados irregularmente em um terreno público e despejaram o material na frente da casa do suposto autor do descarte — tudo registrado e publicado pelo próprio gestor.

No vídeo publicado pelo prefeito, ele ironiza a situação e diz, em tom ríspido: “Vá jogar lixo na casa da desgraça, não aqui em São Gonçalo”, enquanto as máquinas realizavam o transporte e o despejo do material. A ação foi justificada pela administração como uma forma de chamar a atenção para o problema do descarte irregular e foi acompanhada da promessa de que serão adotadas também medidas administrativas.

A medida atende a uma promessa anterior do próprio prefeito — em vídeo publicado em 8 de março, Pedreira afirmou que, além de aplicar multas, pegaria o lixo com retroescavadeira e o devolveria à casa de quem fosse flagrado descartando resíduos de forma irregular: “se eu descobrir quem tá jogando o lixo… eu vou pegar o lixo com a retroescavadeira e a caçamba e vou jogar na porta da casa de quem estiver jogando.” A fala viralizou e agora foi posta em prática.

Repercussão — aplausos e críticas
Nas redes sociais, a atitude dividiu opiniões. Parte da população aplaude o gesto como uma resposta firme ao problema crônico do descarte irregular, argumentando que medidas enérgicas são necessárias quando educação e multas não resolvem. Outros alertam para riscos jurídicos e éticos: questionam se a devolução pública do lixo configura abuso de poder, exposição indevida ou até retaliação, além de apontarem alternativas administrativas previstas em lei para fiscalizar e punir infrações ambientais.

O que muda na prática
A ação tem efeito simbólico imediato — serve como advertência e conteúdo para as redes do próprio gestor —, mas não substitui procedimentos formais: identificação do responsável, aplicação de multas e notificação conforme legislação ambiental municipal e federal, e encaminhamento quando houver crime ambiental. O próprio prefeito afirmou que medidas administrativas serão adotadas, mas não detalizou quais.

Pergunta final (e manchete): “Será que essa moda pega?”
A imagem é forte e o método, polêmico. Se outros gestores seguirem o exemplo, a discussão sobre limpeza urbana, educação ambiental e limites do exercício do poder público tende a ganhar ainda mais espaço — e também o debate sobre legalidade e proporcionalidade das punições públicas.

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