Secretário da CBF defende continuidade de jogos e diz que ‘futebol é seguro’

Sammy Chagas
11 de março de 2021
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O secretário-geral da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Walter Friedman, defendeu a continuidade dos jogos dos campeonatos nacionais em meio à explosão de casos do novo coronavírus. Em uma reunião aberta da instituição nesta quarta-feira (10), ele afirmou que “o futebol é seguro”.

“A aplicação do protocolo sanitário, com a convicção ainda mais forte que nós já tínhamos no ponto de vista teórico, em agosto, quando retomamos. Mas agora com convicção da aplicação na prática. O futebol é seguro, controlado, responsável e tem todas as condições de continuar”, disse.

Ainda na reunião, Friedman comentou um desabafo feito pelo técnico do América-MG, Lisca, e afirmou que a declaração do treinador foi feita em “um momento dramático” e não tinha cunho político.

“Respeitamos profundamente, não há um brasileiro que não esteja preocupado com a saúde. Alguns manifestam de maneira mais emocional. É o caso do Lisca. Nós respeitamos, mas vocês devem ter observado, o Lisca fez aquela afirmação em um momento dramático. Depois, ele não fez nenhum outro depoimento”, afirmou.

“Sabemos através da direção do América-MG de que o Lisca entendeu que aquele momento ele precisava manifestar, mas não é uma manifestação de caráter político, administrativo ou do recuo daquilo que vem sendo feito até agora. Respeitamos as manifestações, estamos abertos a dialogar e que existe o contraponto. O futebol pode dar grande contribuição a saúde pública em nosso país”, completou.

No último dia 3 de março, quando o Brasil já enfrentava um dos piores momentos da pandemia da Covid-19, Lisca lamentou a manutenção do calendário do futebol.

“O nosso país parou, gente! Não tem lugar nos hospitais, eu estou perdendo amigos, perdendo amigos treinadores. Não é hora mais. É hora de segurar a vida, velho. É inacreditável sair uma tabela da Copa do Brasil hoje [quarta], com jogos dia 10, 17 [de março], 80 clubes que nós vamos levar jogadores com delegação de 30 pessoas para um lado e para o outro do país”, desabafou em entrevista ao canal Premiere.

“Vai pegar uma delegação do Sul e levar para Manaus, como que vocês vão fazer isso, gente!? Presidente [Rogério] Caboclo [da CBF], pelo amor de Deus, Juninho Paulista [coordenador], Tite [técnico da seleção brasileira], Cléber Xavier [auxiliar-técnico], as autoridades, nós estamos apavorados, pelo amor de Deus”, finalizou.

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