“SE FOSSE O CONTRÁRIO?” – AGRESSÃO NA AVENIDA SÃO PAULO LEVANTA DÚVIDAS SOBRE TRATAMENTO IGUALITÁRIO EM CASOS DE VIOLÊNCIA

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11 de junho de 2025
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Teixeira de Freitas – Um caso de agressão registrado recentemente na Avenida São Paulo, em Teixeira de Freitas, tem provocado indignação e questionamentos em diversos grupos da sociedade civil. O episódio, que circula em vídeos nas redes sociais, mostra um jovem trabalhador sendo violentamente agredido por outra pessoa em plena via pública, sem que ninguém intervenha — ao contrário, a cena é acompanhada por aplausos de quem presencia o ato.

A redação deste site opta por não divulgar os vídeos nem os nomes dos envolvidos, preservando a integridade das vítimas e o andamento das investigações. O que se sabe até o momento é que o jovem agredido afirma que foi atacado por engano e que sequer conhece o agressor. “Eu só dizia: ‘não lhe conheço, não lhe conheço’. E ele continuava me enforcando”, relatou em um áudio compartilhado por grupos de WhatsApp. O veículo da vítima também foi danificado.

Outro ponto que chama atenção é que o agressor estava vestido com trajes tipicamente femininos, o que levantou especulações nas redes sobre a identidade de gênero da pessoa — apontada por muitos como uma mulher trans ou homossexual. Ainda não houve manifestação formal da parte agressora, tampouco das autoridades quanto à tipificação do crime.

A área onde o caso aconteceu é conhecida por ser alvo de ações policiais contra o tráfico e consumo de drogas ilícitas, o que agrava o contexto de insegurança naquela localidade.

E SE FOSSE O CONTRÁRIO?

A principal reflexão que ecoa nas redes e nas conversas de rua é: “E se fosse o contrário?”. Caso o jovem trabalhador tivesse agredido a pessoa trans ou homossexual, qual teria sido a reação da sociedade? Organizações de direitos humanos, grupos LGBTQIA+ e entidades sociais possivelmente já estariam em campo exigindo respostas, justiça, responsabilização e medidas reparatórias.

Neste caso, no entanto, o silêncio é ensurdecedor. A vítima, por sua vez, permanece com traumas físicos e psicológicos, além de prejuízos materiais.

A discussão vai além do caso específico e toca num ponto sensível: a seletividade da indignação social. Em um cenário de polarização e disputas identitárias, a pergunta que não cala é se todos os seres humanos estão, de fato, sendo tratados com a mesma empatia e a mesma proteção diante de atos de violência.

UM ALERTA PARA A SOCIEDADE

Teixeira de Freitas vive um momento crítico em relação à segurança pública. Episódios como esse acendem o alerta para a vulnerabilidade de qualquer cidadão — independentemente de gênero, classe, cor ou orientação sexual. O fato de alguém ser atacado e humilhado em público, sob aplausos e zombarias, é um sintoma grave de adoecimento social.

Este portal seguirá acompanhando o caso e reforça a necessidade de uma resposta firme das autoridades, não apenas para esclarecer os fatos, mas para reafirmar que a vida humana é inviolável, em qualquer circunstância.

Violência não tem justificativa, não tem cor, não tem gênero. O que tem é vítima e agressor — e a justiça precisa ser cega para garantir igualdade.

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