Rui critica liminar que autoriza médicos de grupo de risco a parar atendimentos

Sammy Chagas
01 de maio de 2020
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governador Rui Costa admitiu nesta quinta-feira (30) que a Bahia já encontra dificuldade para contratar médicos e fez duras críticas à liminar judicial que autoriza que profissionais da área de saúde que se enquadrem em grupos de risco parem de atender.

“Se não podemos afirmar no dia de hoje que está faltando médico, podemos afirmar que estamos já com dificudlade pra contratar médicos. Isso é um problema não só da Bahia, mas de todos os estados do Nordeste”, afirmou em uma rede social.

Rui informou que o assunto foi debatido em uma reunião do Consórcio Nordeste, que engloba todos os 9 estados da região. Além dele, que lidera o grupo e representou a Bahia, participaram do encontro Renan Filho (Alagoas), Camilo Santana (Ceará), João Azevêdo (Paraíba), Paulo Câmara (Pernambuco), Wellington Dias (Piauí), Fátima Bezerra (Rio Grande do Norte), Belivaldo Chagas (Sergipe) e Flávio Dino (Maranhão).

“Hoje discutimos alternativas, entre elas buscar e insistir na autorização para que tenhamos médicos que estão no Brasil e possam exercer a profissão e nos ajudar. Vamos acompanhar nos próximos dias o andamento dessa situação. Enxergamos essa situação com muita preocupação”, acrescentou.

Segundo Rui Costa, um dos maiores entraves é um pedido feito pelo Sindicato dos Médicos da Bahia (Sindimed-BA), de afastar todos os profissionais da categoria que se enquadrem em qualquer grupo de risco.

Nesta quarta-feira (29), o sindicato divulgou uma nota onde afirma que “conseguiu na Justiça uma decisão favorável para que a categoria tenha tratamento similar aos demais servidores do estado, no que tange ao afastamento ou remanejamento por idade superior a 60 anos ou por comorbidades”.

A decisão liminar foi concedida pela 5ª Vara da Fazenda Pública e determina, no âmbito da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia, o afastamento dos postos de trabalho de médicos enquadrados em grupo de risco que estejam na linha de frente dos atendimentos. A mesma reivindicação foi feita por sindicatos de outros estados brasileiros.

“Enxergamos com muita preocupação uma ação como essa, para que médicos com qualquer critério de grupo de risco pare de atender as pessoas e fique em casa. Isso é muito preocupante, porque o leque de critérios de grupo de risco é muito amplo. É como se a sociedade pagasse ao médico para ficar o ano todo em casa, porque o vírus não vai embora esse ano. Isso preocupa a aBahia e o Nordeste inteiro”, disse Rui Costa.

O gestor informou ainda que a Procuradoria do Governo do Estado (PGE) vai decorrer da decisão e solicitar a cassação da liminar, informação confirmada pela pasta.

“Não tem nenhum sentido, num colapso de sistema de saúde, numa pandemia global, os médicos ficarem em casa. Alguns são grupo de risco porque têm pressão alta, que eu também tenho”, criticou.

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