Rui Costa e a Previdência: “não negocio com a vida do pobre!”

-
09 de junho de 2019
Share:

Fale com eles O governador da Bahia, Rui Costa (PT), diz que “ninguém discute a necessidade da reforma da Previdência”. “O problema é: qual o eixo?”. Sua equipe fez estudo sobre o impacto do projeto do governo Bolsonaro. Alguns pontos, ele diz, oneram as contas estaduais. Costa propõe uma reunião com o relator da reforma, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), para levar o raio-x e as demandas. “Dizem que a capitalização é um bode na sala. Se é bode, passou da hora de tirar. Se demora, o cheiro fica.”

Marchemos Costa vai levar a proposta da reunião com Moreira ao Fórum de Governadores, que reúne os chefes dos 26 estados e do DF, na terça (11).

Aos amigos… O estudo da Bahia mostra, por exemplo, o impacto da reintrodução da paridade para agentes penitenciários e policiais, dando aos inativos o direito a reajustes concedidos à ativa. “Isso, sim, é ideologia. Como o governo tem esse viés policialesco, faz esse aceno. Mas policiais são a maior parte do déficit dos estados. Isso nos onera.”

Ponta do lápis Pelos números da equipe do governador, “na hipótese mais otimista”, a reforma de Paulo Guedes, tal como está, renderia economia de R$ 600 milhões a R$ 700 milhões à Bahia. “Representa pouco mais de 10% do meu deficit desse ano”.

Escrito em pedra O petista diz que fez o que podia fazer para ajustar as contas. Instituiu previdência complementar em 2015 e aumentou a alíquota de contribuição. “Mas não tenho como defender para o povo da Bahia mudança no BPC, na aposentadoria rural.”

Vida real “O governo precisa saber que esse dinheiro, no Nordeste, movimenta a economia. A feira, o comércio.” Ele ainda critica o método de convencimento da equipe de Bolsonaro. “Esse negócio de ‘só vou dar dinheiro para quem votar com a Previdência’ me afasta. Não vou negociar moeda com a vida do povo. É constrangedor.”

Compartilhar: