Reitora da UFSB teme não conseguir concluir obras nos campi
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23 de agosto de 2019
A reitora da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), Joana Angélica Guimarães da Luz, disse, em entrevista ao The Intercept publicada nesta quarta-feira (21), que teme pela não conclusão das obras dos três campi da instituição nos municípios de Itabuna, Ilhéus e Porto Seguro.
Isso porque, segundo a Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), com otingenciamento o orçamento destinado para UFSB este ano foi reduzido para menos da metade, passando de 31,5 milhões para R$ 14,5 milhões.
Como resultado, a universidade, conforme veiculou o site, está tomando medidas no sentido de economizar. Uma delas é deixar o ar-condicionado desligado em todas as unidades.
A instituição gerida por Joana Angélica – que é a primeira reitora negra eleita para o cargo em uma federal – foi inaugurada em 2014 e tem obras paradas em todas as cidades onde está instalada.
“Hoje temos uma despesa de R$ 1,2 milhão por mês, mas recebemos R$ 860 mil. Estamos literalmente precisando escolher quais contas a gente paga e quais a gente atrasa, quais contratos a gente honra e quais não”, afirmou a gestora.
Segundo Joana, os projetos de pesquisa também estão paralisados. E, mesmo com pouco tempo de atividade, os três centros de ensino já apresentam um déficit de salas. “Novos alunos vão chegar e não sei como vamos recebê-los no próximo ano”, alegou.
Durante a entrevista, ela também teceu críticas ao Programa Future-se e às declarações do ministro da Educação, Abraham Weintraub, que disse que os professores das universidades públicas só trabalhariam oito horas por semana. Para ela, a fala é um dos “maiores absurdos” que ja ouviu.
Assim como confirmado por outras instituições de ensino superior federais, a reitora Joana Angélica ratifica: “se não tiver mais recursos no próximo mês, aí, sim, já é o caos. Se continuar assim, fechar a universidade é o último passo”.