Protocolo de aquisição de insulina glargina na Bahia prejudica diabéticos em municípios sem especialistas

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13 de janeiro de 2025
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O protocolo atual para a obtenção de insulina glargina no estado da Bahia tem gerado preocupações entre pacientes diabéticos, especialmente aqueles residentes em municípios que não dispõem de especialistas em endocrinologia. Com 417 municípios, muitos deles carecem de profissionais especializados, tornando o acesso ao medicamento um desafio significativo.

Conforme as diretrizes da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), para obter a insulina glargina pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o paciente deve apresentar uma série de documentos, incluindo o Laudo para Solicitação de Medicamentos do Componente Especializado (LME), preenchido e assinado por um médico especialista. Essa exigência se torna um obstáculo para moradores de localidades sem acesso fácil a esses profissionais.

A situação é agravada pela burocracia envolvida no processo de solicitação. Pacientes relatam dificuldades em reunir a documentação necessária e em se deslocar para centros urbanos onde possam encontrar especialistas, resultando em atrasos no início ou na continuidade do tratamento.

Estudos indicam que a falta de acesso a insulinas análogas, como a glargina, leva muitos pacientes a recorrerem ao Judiciário para garantir seu direito ao tratamento adequado. A hipossuficiência financeira e a indisponibilidade do medicamento pelo SUS são razões frequentes para essas ações judiciais.

Diante desse cenário, é urgente que as autoridades de saúde revisem o protocolo vigente, considerando a realidade dos municípios baianos. Alternativas poderiam incluir a flexibilização das exigências para a prescrição da insulina glargina, permitindo que médicos generalistas, devidamente capacitados, possam preencher o LME, ou a implementação de teleconsultas com especialistas para atender pacientes de áreas remotas.

A revisão do protocolo é essencial para garantir que todos os diabéticos na Bahia tenham acesso equitativo ao tratamento necessário, independentemente de sua localização geográfica. A saúde pública deve priorizar a acessibilidade e a eficiência, assegurando que nenhum paciente seja prejudicado por barreiras burocráticas ou pela falta de especialistas em sua região.

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