Protagonismo da Bahia no segmento agroflorestal atrai evento nacional sobre eucalipto

Sammy Chagas
07 de agosto de 2019
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Estado que detém a maior produtividade do mundo de eucalipto e o quarto lugar nacional em área plantada, a Bahia sedia, nestas quarta (7) e quinta-feira (8), o IV Congresso Brasileiro de Eucalipto. O evento acontece na sede da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), em Salvador, no bairro do Stiep, com a presença do secretário estadual de Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura (Seagri), Lucas Costa. Promovido pela Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (Abaf) em parceria com o Centro de Desenvolvimento do Agronegócio (Cedagro/ES), o congresso chega à quarta edição e pretende apresentar, debater e encaminhar propostas e soluções para os principais desafios que afetam o setor, tendo como tema central ‘Uso múltiplo sustentável’.

Dados da Abaf apontam que, enquanto a produtividade média dos plantios baianos atinge 42m³ por hectare ao ano, a média anual nacional é de 35m³ por hectare. Já a produtividade média dos principais países produtores fica em 24m³ por hectare/ano. Em alguns lugares, o eucalipto, que na Bahia demora sete anos para ser colhido, só pode ser extraído após trinta anos de cultivo. O secretário Lucas Costa informou que a meta é aumentar a área plantada. “Nós precisamos investir em políticas públicas, como regularização de terras e áreas para que os cultivadores possam expandir. A indústria tem um potencial enorme e quer implantar mais núcleos de beneficiamentos. A gente está articulando para que isso aconteça”.

Para o secretário, a realização do evento em Salvador é uma demonstração da força da Bahia no segmento. “Em eventos como esse a gente difunde a tecnologia, auxilia o investidor a produzir ainda mais. Eu acredito que a gente consiga aqui, compartilhar muita tecnologia, mostrar os resultados de pesquisas das indústrias. O Estado também está articulando para introduzir o consórcio entre o eucalipto e a pastagem, já temos três referências técnicas na Bahia e o nosso interesse é termos mais de dez, para que o produtor possa visualizar essa tecnologia que tem ajudado muito”.

Presidente da Indústria Brasileira de Árvores, Paulo Hartung afirmou que a Bahia assumiu o protagonismo no segmento não apenas pela produtividade, mas também por reunir gigantes da indústria da celulose. Dois municípios, Eunápolis e Mucuri, no sul do estado, se destacam na produção e são sedes de grandes empresas do segmento – a Veracel, instalada em Eunápolis, e a Suzano, localizada em Mucuri. Considerada uma das indústrias mais avançadas do mundo no setor, a Veracel é especializada na produção de celulose. Já a Suzano produz de forma integrada (papel e celulose) e possui a maior unidade produtora de celulose e papel do Brasil.

Hartung afirma que “a Bahia é uma das regiões ímpares que trabalham o cultivo de árvores para fins industriais. Uma coisa bacana que acontece na Bahia é que esse plantio vem sendo feito em áreas degradadas, que já foram utilizadas em outras atividades com menor valor agregado. Ou seja, onde entrou esse plantio, melhorou-se a qualidade de vida na região”. Segundo ele, outras características da Bahia são a produção em diversas regiões e a produção da celulose líquida. “Temos aqui uma produção expressiva de papel, há grandes grupos nas regiões de Vitória da Conquista, Eunápolis, Mucuri, no Polo de Camaçari. Um evento como o de hoje reforça a importância da Bahia e abre espaço para discutir temas importantes para que o setor possa dar novos passos na Bahia e no Brasil”.

Presidente da Abaf, Moacir Fantini avalia que o evento é uma oportunidade muito importante para o setor florestal da Bahia. “A partir deste evento, saem expectativas e oportunidades para continuar pensando no desenvolvimento do negócio do eucalipto, seja para a grande indústria, seja para o pequeno proprietário, para o desenvolvimento de produtos de madeira sólida”.

*Repórter: Raul Rodrigues*
*Fotos: Carol Garcia/ GOVBA*

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