Prefeito do Prado pinta praças com cor de campanha em período eleitoral após anos de inércia

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09 de agosto de 2024
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Prado, BA – 9 de agosto de 2024 – Em meio ao período eleitoral, o prefeito do município de Prado, no extremo sul da Bahia, tem chamado a atenção da população ao iniciar a pintura de praças e outros patrimônios públicos na cor azul, que é a mesma predominante em sua campanha de reeleição. A ação, que ocorre após mais de três anos de uma gestão marcada pela falta de iniciativas, levanta suspeitas sobre a real motivação por trás dessas atividades.

Ao longo de grande parte de seu mandato, o município enfrentou problemas como buracos nas ruas, praças em estado de abandono, e promessas não cumpridas. Agora, com as eleições se aproximando, a prefeitura parece ter encontrado um novo vigor, investindo em obras e melhorias que deveriam ter sido realizadas ao longo dos últimos anos. No entanto, a escolha da cor azul para as novas pinturas tem gerado críticas, especialmente porque essa tonalidade não está relacionada às cores oficiais da cidade, mas sim à campanha do atual gestor.

Especialistas em direito eleitoral destacam que o uso de recursos públicos para beneficiar uma candidatura, ainda mais quando envolve cores associadas à campanha, pode configurar abuso de poder político e econômico. Segundo a Lei nº 9.504/1997, a prática é ilegal e fere os princípios da impessoalidade e da igualdade de condições entre os candidatos.

A população de Prado questiona por que essas obras e melhorias não foram realizadas ao longo dos últimos três anos e meio, e por que apenas agora, em pleno período eleitoral, o prefeito decidiu agir. “É decepcionante ver que as mudanças só começaram a acontecer quando o prefeito precisou de votos. A cidade merece mais do que isso”, afirmou um morador.

A legislação prevê punições severas para esse tipo de prática, que podem incluir desde multas até a cassação do registro de candidatura ou do diploma, caso a irregularidade seja comprovada. Para que o caso seja investigado, é necessário que haja uma denúncia formal junto ao Ministério Público Eleitoral ou à Justiça Eleitoral.

Até o momento, o prefeito não se manifestou sobre as críticas e questionamentos levantados pela população e por especialistas. O que se espera é que a Justiça Eleitoral possa garantir que o processo seja justo e que as ações do poder público não sejam utilizadas para influenciar o resultado das eleições.

Esse episódio evidencia uma prática que tem se tornado comum em algumas gestões: deixar para agir apenas quando os votos estão em jogo, sem considerar as necessidades reais da população ao longo do mandato. O município de Prado, com todo o seu potencial e desafios, merece uma administração que seja presente e comprometida desde o início, e não apenas quando as eleições se aproximam.

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