
POR QUE REZAR INCOMODA TANTO?
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26 de março de 2025Frei Gilson é criticado por rezar na madrugada e por pregar valores bíblicos. Mas quando foi que a fé se tornou motivo de ataque?
Por Sammy Chagas
Tenho observado nas redes sociais uma movimentação estranha, quase cínica, contra frei Gilson. Um frei que acorda antes do sol nascer para rezar o Rosário e compartilhar a fé com milhares de pessoas está sendo julgado como se estivesse cometendo um crime. Sinceramente, o que é que ele está fazendo demais?
Rezar, nos dias de hoje, virou algo que incomoda. Ele começa a oração por volta das 4h da manhã, todos os dias, sem pedir nada em troca. Apenas entrega sua espiritualidade e convida quem quiser a participar. E mesmo assim, surgem críticas — inclusive de quem deveria compreender o valor dessa prática: católicos.
Estão dizendo que isso é exagero, que é “fanatismo”, que está fazendo “espetáculo”. Mas a verdade é que muitos que apontam o dedo não rezam, não ajudam, não evangelizam. Só julgam. A fé sem obras é morta, diz a Bíblia. Mas também precisamos dizer: obras sem fé são ocas. Tem gente que faz bonito nas redes, mas não dobra o joelho nem estende a mão.
Além disso, recentemente, começaram a circular críticas a uma pregação de frei Gilson sobre a submissão da mulher. Mas, como sempre, editaram o trecho para causar polêmica. Divulgaram apenas a parte em que ele diz: “Mulheres, sejam submissas aos vossos maridos”, omitindo o que veio logo em seguida: uma explicação profunda e bíblica do que significa essa submissão.
Frei Gilson explicou que a mulher é o alicerce do homem, e que sem esse alicerce, tudo desmorona. Disse: “Mulheres, sejam submissas, ou seja, sejam alicerces para seus maridos, porque tudo sem alicerce cai.” E logo após completou: “Maridos, amai vossas esposas.” Submissão, na visão cristã, não é dominação. É reciprocidade, é entrega mútua, é amor. Quem ouve tudo entende. Quem recorta, distorce.
Não se pode usar da má-fé para atacar quem está fazendo o bem. Respeitar a fé e a opinião alheia é o mínimo que se espera em uma sociedade que prega liberdade e tolerância.
A Igreja Católica sempre incentivou a oração do Rosário como uma poderosa prática de contemplação e intercessão. O Papa Francisco, em diversas ocasiões, destacou seu valor espiritual: “O Rosário é a oração do meu coração”, afirmou. Em 2020, durante o mês mariano, ele escreveu uma carta convidando os fiéis a redescobrirem o Rosário em família, especialmente durante tempos difíceis: “Contemplar juntos o rosto de Cristo com o coração de Maria, nossa Mãe, nos unirá ainda mais como família espiritual e ajudará a superar as provações”. Segundo o Catecismo da Igreja Católica (n. 2678), a repetição da Ave-Maria no Rosário expressa o desejo de se conformar aos mistérios de Cristo, sendo um caminho eficaz de meditação e santificação.
Frei Gilson não está causando escândalo. Ele está, na verdade, livrando muita gente do abismo. Da depressão. Da dor. Da solidão. Está fazendo a parte dele. E quem não faz nada, deveria ao menos calar-se, em vez de atrapalhar quem está tentando salvar almas.