POR QUE QUARTA-FEIRA DE CINZAS?

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02 de março de 2022
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Quarta-Feira de Cinzas abre esse período e nesse dia é realizada uma missa e após é realizada a cerimônia sacramental de imposição de cinzas sobre os fiéis. A respeito da imposição de cinzas, vamos esclarecer algumas dúvidas das pessoas.

  • O que significa a imposição de cinzas?

A imposição de cinzas simboliza a vontade de cada fiel de manter-se no caminho correto do cristianismo, da sua disposição em converter-se e de reconhecimento da sua mortalidade que necessita da graça divina para perdoar os seus pecados.

  • Quando surgiu essa tradição?

A imposição de cinzas surgiu na Igreja Primitiva e foi incorporada como um ritual sacramental da Igreja Católica por volta do século XI.

  • Qual a origem das cinzas?

As cinzas usadas na imposição são originárias dos ramos que são abençoados e queimados durante o Domingo de Ramos do ano anterior. Durante o sacramento, a autoridade religiosa faz uma cruz com as cinzas na testa da pessoa. Para isso, as cinzas são misturadas com água benta.

  • Quem impõe as cinzas?

A Igreja recomenda que o sacramento seja realizado por uma autoridade eclesiástica, isto é, um padre.

  • De onde veio essa prática?

Essa prática foi herdada pela Igreja Primitiva de práticas realizadas no Oriente Médio na Antiguidade. As cinzas eram jogadas sobre a cabeça da pessoa como sinal de arrependimento do fiel pelos seus pecados.

A Quarta-Feira de Cinzas marca a abertura da Quaresma, período de 46 dias que antecede a comemoração da Páscoa. A Quarta-Feira de Cinzas é entendida pela Igreja como o início de um período de devoção marcado por orações e jejuns, como parte da penitência que todo cristão deve realizar, segundo os princípios da Igreja Católica.

Não busque construir o Céu na Terra

A maioria das pessoas, mesmo os cristãos, passa a vida lutando para “construir o Céu na Terra”. É um grande engano! Jamais construiremos o Céu na Terra, jamais a felicidade será perfeita no lugar que o pecado transformou num vale de lágrimas. Devemos, sim, lutar para deixar a vida na Terra cada vez melhor, mas sem a ilusão de que ficaremos sempre aqui.

Deus dispôs tudo de modo que nada fosse sem fim nesta vida. Qual seria o desígnio do Senhor nisso? A cada dia de nossa vida, temos de renovar uma série de procedimentos, como dormir, tomar banho, cuidar da nossa alimentação etc. Tudo é precário, nada é duradouro, tudo deve ser repetido todos os dias. A própria manutenção da vida depende do bater interminável do coração e do respirar contínuo dos pulmões. Todo o organismo repete, sem cessar, suas operações para a vida se manter. Tudo é transitório, nada é eterno. Toda criança se tornará um dia adulta e, depois, idosa. Toda flor que se abre logo estará murcha; todo dia que nasce logo se esvai; e assim tudo passa, tudo é transitório.

Com­pra-se uma camisa nova, e logo ela já está surrada; compra-se um carro novo, e logo ele estará bastante rodado e vencido por novos modelos, e assim por diante.

Estamos de passagem na Terra

A razão inexorável dessa precariedade das coisas também está nos planos de Deus. A marca da vida é a renovação. Tudo nasce, cresce, vive, amadurece e morre. A razão profunda dessa realidade tão transitória é a lição cotidiana que o Senhor nos quer dar de que esta vida é apenas uma passagem, um aperfeiçoamento, em busca de uma vida duradoura, eterna e perene.

Em cada flor que murcha e em cada homem que falece sinto Deus nos dizer: “Não se prendam a esta vida transitória. Preparem-se para aquela que é eterna, quando tudo será duradouro, e nada precisará ser renovado dia a dia.”

Isso nos mostra também que a vida está em nós, mas não é nossa. Quando vemos uma bela rosa murchar, é como se ela estivesse nos dizendo que a beleza está nela, mas não lhe pertence.

Ainda assim, mesmo com essa lição permanente que Deus nos dá, muitos de nós somos levados a viver como aquele homem rico da parábola narrada por Jesus. Ele abarrotou seus celeiros de víveres e disse à sua alma: “Descansa, come, bebe e regala-te” (Lc 12,19b); ao que o Senhor lhe disse: “Insensato! Nesta noite ainda exigirão de ti a tua alma” (Lc 12,20).

Doar para os outros e para Deus

A efemeridade das coisas é a maneira mais prática e cons­tante encontrada por Deus para nos dizer, a cada momento, que aquilo que não passa, que não se esvai, que não morre, é aquilo de bom que fazemos para nós mesmos, principalmente para os outros. Os talentos multiplicados no dia a dia, a perfei­ção da alma buscada na longa caminhada de uma vida de me­ditação, de oração e piedade, essas são as coisas que não passam, que o vento do tempo não leva e que, finalmente, vão nos abrir as portas da vida eterna e definitiva, quando “Deus será tudo em todos” (cf. 1 Cor 15,28).

 

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