Pontes em vez de muros: o desafio de conviver em tempos de redes sociais

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07 de outubro de 2025
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Por Sammy Chagas

Vivemos um tempo em que cada palavra publicada nas redes sociais parece uma faísca. Um simples comentário pode se transformar em um incêndio de discussões, julgamentos e cancelamentos. É como se o mundo tivesse esquecido que, por trás de cada tela, existe um coração humano, com suas dores, histórias e verdades.

Mas existe um caminho mais alto, mais nobre. Apenas uma mente verdadeiramente educada consegue ouvir um pensamento diferente sem sentir que precisa atacá-lo ou aceitá-lo. Essa é a grandeza do espírito maduro: escutar de verdade, olhar com empatia, ponderar com calma. E, se for preciso, deixar para lá, com gentileza. Porque respeitar não diminui ninguém — pelo contrário, engrandece.

Como disse Voltaire, “Posso discordar de tudo o que você disser, mas defenderei até a morte o seu direito de falar.” Nunca essas palavras fizeram tanto sentido. Em tempos de polarização, insistir em vencer discussões ergue muros; aprender a ouvir constrói pontes. E é nas pontes, não nos muros, que os encontros acontecem, que as almas se reconhecem, que nasce o diálogo verdadeiro.

Nenhum de nós possui a verdade completa. Somos fragmentos tentando decifrar o infinito deste mundo. Aceitar isso é libertador. É compreender que a vida é mais dança do que debate, mais mistério do que resposta. É permitir que o outro exista ao nosso lado sem que isso apague quem somos.

Num mundo que grita, talvez o maior ato de coragem seja escutar. Num tempo em que as opiniões se transformaram em armas, talvez o maior ato de grandeza seja tolerar. Porque é nesse espaço silencioso, de respeito e aceitação, que floresce a verdadeira paz — e a paz não se conquista gritando, mas ouvindo.

E ouvir é um ato de amor.

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