PF revela que plano para matar Moraes foi abortado com militares já posicionados

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20 de novembro de 2024
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Uma investigação da Polícia Federal sobre o plano de prender e assassinar o ministro Alexandre de Moraes, do STF, revelou que militares envolvidos na trama usaram codinomes e se posicionaram para agir no dia 15 de dezembro de 2022, mas abortaram a operação no último momento.

Autorizada por Moraes, a PF realizou nesta terça-feira (19) uma operação que resultou na prisão de quatro militares e um policial federal suspeitos de planejar a morte do ministro, do então presidente eleito Lula (PT) e do vice-presidente Geraldo Alckmin, após a vitória de Lula sobre Jair Bolsonaro (PL).

De acordo com a PF, o grupo utilizou conhecimentos técnico-militares para planejar, coordenar e tentar executar ações ilícitas. Em um grupo chamado “Copa 2022”, no aplicativo Signal, os envolvidos empregavam codinomes de países para evitar identificação: Alemanha, Áustria, Brasil, Argentina, Japão e Gana. Para as comunicações, foram usados seis celulares com chips da operadora Tim, registrados em nomes de terceiros e vinculados aos codinomes.

Os tenentes-coronéis Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Azevedo, alvos da operação, eram identificados como Japão e Áustria, respectivamente. As mensagens obtidas pela PF indicam que os integrantes estavam posicionados em locais estratégicos, com um deles próximo à residência do ministro Moraes, aparentemente prontos para agir.

A partir das 20h33 daquele dia, os suspeitos com codinomes Gana e Brasil confirmaram que estavam em posição. Às 20h57, Áustria perguntou: “Tô perto da posição. Vai cancelar o jogo?”, sugerindo dúvidas sobre a continuidade da ação. Dois minutos depois, o líder do grupo, identificado pelo nome “teixeiralafaiete230”, ordenou: “Abortar… Áustria… volta para local de desembarque… estamos aqui”.

O grupo mencionou que a sessão do STF programada para aquele dia havia sido adiada, o que pode ter motivado o cancelamento da operação. Segundo o relatório da PF, o contexto das mensagens sugere que a ação estava conectada ao adiamento de uma votação no STF, que encerrou suas atividades do plenário no início da noite de 15 de dezembro de 2022.

operação desta terça, autorizada por Moraes, teve como alvos o general da reserva Mario Fernandes, os tenentes-coronéis Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira, Rodrigo Bezerra de Azevedo e o policial federal Wladimir Matos Soares. A PF destacou que Rafael Martins já era investigado por troca de mensagens com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

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