Pensar Diferente Não é Violência

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15 de setembro de 2025
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Vivemos hoje um tempo marcado pela tensão política e pela intolerância. No Brasil e no mundo, multiplicam-se casos em que a divergência de opinião se transforma em agressão, hostilidade e até violência física. Famílias se dividem, amizades se desfazem e a convivência social se fragiliza em nome de uma polarização que coloca rótulos antes das pessoas.

Chegamos a um platô em que a grande decisão não é sobre quem está certo ou errado, sobre quem vence uma disputa ideológica ou quem impõe sua narrativa. A decisão que se impõe a cada um de nós é mais profunda: vamos escolher viver em paz ou em conflito? A resposta não depende de governos, partidos ou armas. Depende de nós.

A violência política, cada vez mais presente, nasce da incapacidade de aceitar que somos diferentes. Pensar diferente não deveria ser uma ameaça, mas sim um reflexo natural da condição humana. Ninguém é igual. Temos culturas, crenças, gostos e convicções próprias. É dessa diversidade que brota a riqueza da democracia. O problema surge quando a diferença é encarada como inimiga a ser combatida, e não como oportunidade de diálogo.

É nesse ponto que precisamos resgatar valores básicos, mas urgentes: respeito e amor. Respeitar é reconhecer o outro como legítimo em sua visão de mundo, mesmo que ela não coincida com a nossa. Amar é compreender que a vida humana e a dignidade estão acima de qualquer disputa política.

A polarização atual não se resume a esquerda ou direita. Ela reflete a dificuldade de aceitar que a divergência é parte essencial da convivência. O problema não é pensar diferente. O problema é transformar a diferença em justificativa para a violência.

Se quisermos um futuro de paz, precisamos romper esse ciclo agora. Precisamos aprender que conviver em harmonia não significa concordar em tudo, mas sim preservar a vida, a dignidade e a possibilidade de diálogo, mesmo no dissenso.

A escolha está diante de nós: alimentar a violência ou reafirmar que pensar diferente é normal, necessário e saudável. O caminho da paz só se abre quando entendemos que divergência não é guerra.

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