Partidos menores articulam derrubar veto de Bolsonaro às federações partidárias

Sammy Chagas
15 de setembro de 2021
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A possibilidade de o Senado Federal barrar a volta das coligações partidárias, já considerada inconstitucional pela relatora da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Mini-Reforma Eleitoral, senadora Simone Tebet (MDB-MS), partidos considerados pequenos tentam costurar um acordo pela derrubada do veto às federações partidárias.

No início do mês, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vetou o projeto que permitia dois ou mais legendas se unirem para formar uma federação e atuar como uma só sigla. Para o mandatário, o texto “contrariaria o interesse público” e, por isso, o veto tem o objetivo de “salvaguardar o eleitor comum”.

Durante a análise da PEC na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, líderes da Câmara se reuniram com líderes do Senado para tentar analisar o veto na próxima terça-feira (21) durante sessão do Congresso Nacional. A derrubada precisa acontecer antes de 3 de outubro, para que a regra valha para as eleições de 2022.

O senador baiano Jaques Wagner (PT) já condenou o retorno das coligações e defendeu a federação.

“Vamos ser francos. Qual é o interesse dos parlamentares na coligação? Garantir sua eleição. Mas isso pode ser viabilizado na federação, só que daremos um passo adiante no sentido do compromisso programático de uma federação e não apenas a coligação que, no dia seguinte da eleição, tchau, cada um vai para seu canto”, explanou o petista, em entrevista ao Portal UOL no mês passado.

Já o senador Ângelo Coronel chegou a afirmar em um vídeo, ao lado de Wagner e do senador Otto Alencar (PSD), que a bancada baiana no Senado votaria a favor do retorno das coligações partidárias. “Você que é candidato a deputada e deputado, tenham certeza que o trio aqui vai votar conjunto para o retorno das coligações”, disse Coronel.

A afirmação foi negada por Wagner que, por meio de nota enviada à imprensa, reafirmou que votaria contra o retorno das coligações.

“As coligações não miram nem o futuro do Brasil, nem a democracia. Só são defendidas por aqueles que sentem sua reeleição ameaçada”, disse Wagner.

O senador Otto Alencar ainda não se posicionou sobre o assunto.

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