Para agradar Bolsonaro, empresas anunciam boicote à Rede Globo

Sammy Chagas
04 de novembro de 2019
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O AI-5 já começou a vigorar no Paraná. Ao menos duas empresas de Curitiba anunciaram esta semana que estão a boicotar a Rede Globo, isto é, não veicularão mais publicidade na emissora dos Marinho.

A Rede de Supermercados Condor e a Habitec Imóveis, do ramo imobiliário, por meio de suas agências, informaram que não irão renovar contratos de propaganda com a Vênus Platinada.

Para puxar o saco de Bolsonaro, essas empresas dizem que pararam de anunciar na Globo depois da reportagem que ligou o presidente da República aos assassinos da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ).

“Entendemos que em vista da franca recuperação econômica do nosso país, a emissora não deve ser somente imparcial, mas também não deve dar publicidade a notícias sensacionalistas, que só servem de especulação e municiam os que se opõem ao progresso do nosso Brasil”, diz um comunicado do Condor –aliás, nome da operação “Condor”, aliança das ditaduras militares do Brasil, Chile e da Argentina (1970-1980).

Habitec foi mais bolsonarista ainda em sua carta. A imobiliária “alugou” a cabeça da Globo com a seguinte história contada por seu diretor Rodrigo Vianna:

* “Não podemos compactuar com a posição que a Rede Globo vem tomando em diversos episódios de seu jornalismo”;

* “Não temos visão político partidária, mas sentimos que o momento exige de todos nós um compromisso maior com o país”; e

* “E infelizmente o que temos visto é um desserviço à nação com uma posição da Rede Globo, a quem vocês são filiados, que não soma em nada para que, juntos, saiamos da crise em que nos encontramos”.

O empresário Luciano Hang, o Véio da Havan, apesar de puxar o saco de Bolsonaro, não rompeu com a Globo. O “Super Véio” apenas limitou-se a ameaçar a emissora de televisão.

A Globo perdeu a chance de pedir desculpas ao povo brasileiro pelo grande erro que cometeu. É motivo de piadas por todo o Brasil. Se não mudar o editorial e começar a apoiar as mudanças que o povo tanto quer será o começo do fim. Ninguém sobrevive sem credibilidade e audiência”, disse o dono da Havan.

 

 

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