NO CIRCUITO SEBRAE, VANDERSON NASCIMENTO DESTACA COMO O JORNALISMO PODE MUDAR VIDAS
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03 de junho de 2025
Durante evento em Teixeira de Freitas, jornalista relata cobertura que impediu injustiça e reforça o poder transformador da comunicação humana
No Circuito Sebrae de Comunicadores – Extremo Sul, realizado nesta terça-feira (03) em Teixeira de Freitas, o jornalista Vanderson Nascimento, da Rede Bahia, emocionou os presentes ao compartilhar uma de suas reportagens mais marcantes: um episódio em que o jornalismo ultrapassou a simples função de noticiar e teve papel direto na garantia de um direito básico — o direito à moradia.
Diante de dezenas de profissionais da imprensa, Vanderson falou sobre sua trajetória e a importância de exercer o jornalismo com empatia e atenção aos detalhes. Foi nesse contexto que ele narrou uma cobertura feita há algum tempo, durante um processo de reintegração de posse de imóveis do programa Minha Casa, Minha Vida, em Salvador, onde casas ocupadas seriam devolvidas à Caixa Econômica Federal por decisão judicial.

Ao chegar ao local com a equipe de reportagem, o jornalista encontrou uma mulher em prantos, segurando seu filho no colo, dizendo que aquela casa era sua por direito. Ela havia sido selecionada legalmente, tinha contas de energia no imóvel, mas, por estar em processo de separação, o ex-companheiro — também cadastrado — se recusou a assinar o contrato, dizendo: “Nem eu, nem você”. A Justiça, sem considerar essa particularidade, determinou o despejo.
A mulher havia buscado a Defensoria Pública, que reconheceu sua situação e conseguiu liminar garantindo sua permanência. Porém, no momento do cumprimento da reintegração, a decisão favorável não havia sido levada em consideração.
Sensibilizado com o relato, Vanderson seguiu com a história na cabeça. Pouco depois, ao cruzar com um defensor público que atuava no caso, foi alertado por seu cinegrafista: “Fale com ele sobre aquela mulher.” O defensor confirmou que havia duas famílias que não poderiam ser despejadas, mas não sabia quais, entre tantas.
Diante da urgência, Vanderson pediu que o cinegrafista ligasse a câmera e conduziu o defensor até a mulher. Antes mesmo de qualquer palavra ser dita, o oficial de justiça a reconheceu e assumiu que houve uma falha: ela não seria retirada da casa.
A mulher caiu em lágrimas, agradeceu à reportagem, à Defensoria e àqueles que, por meio da escuta e da visibilidade, interferiram positivamente no rumo da sua vida. A cobertura mudou o desfecho de um processo e garantiu dignidade a uma mãe e seu filho.
Ao contar essa história no evento do Sebrae, Vanderson reforçou que o jornalista precisa mais do que transmitir fatos: é preciso enxergar o ser humano por trás da pauta. “O jornalismo não é só denúncia e manchete. Quando feito com sensibilidade, ele se transforma em instrumento de justiça social”, afirmou.

O Circuito Sebrae de Comunicadores celebrou justamente isso: o poder da comunicação em conectar pessoas, transformar contextos e impulsionar o desenvolvimento. A história contada por Vanderson simboliza o impacto do olhar atento e do compromisso ético que cada comunicador deve carregar.