Indústria da Multa ou Fábrica de Criminosos de Trânsito?”,

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03 de janeiro de 2023
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Os estudos em diversos países comprovam a importância da redução da velocidade para diminuir o número de vítimas graves e fatais no trânsito. Em maio deste ano, o programa SOS Estradas divulgou uma pesquisa chamada “Indústria da Multa ou Fábrica de Criminosos de Trânsito?”, mostrando que a gestão da velocidade é uma das principais armas no combate à violência no trânsito, pela relação direta entre velocidade e a consequência dos sinistros, principalmente, no índice de mortos e feridos graves.

“Nosso objetivo é mostrar que a fábrica de infratores vem crescendo com a impunidade. Além disso, que é preciso usar a tecnologia no controle de velocidade para a preservação de vidas. Afinal, nenhum artigo do Código de Trânsito Brasileiro obriga o condutor a dirigir acima da velocidade. Essa é uma escolha individual, que acaba trazendo consequências à sociedade, e para isso a lei prevê punição”.

Redução de velocidade e legislação mais dura mundo afora

Em virtude da Década de Ações para a Segurança Viária 2011-2020, a ONU e a OMS iniciaram a produção de vasto material para auxiliar os países a atingirem as metas propostas, entre eles, o Manual da Gestão da Velocidade, elaborado junto com o Banco Mundial e a Federação Internacional de Automobilismo (FIA).

documento destaca a importância do combate ao excesso de velocidade.

“A velocidade excessiva e inadequada é o fator que mais contribui para a gravidade das lesões causadas pelos acidentes de trânsito. Quanto maior a velocidade, maior a distância necessária para parar um veículo e, portanto, maior o risco de ocorrer uma colisão. À medida que mais energia cinética deve ser absorvida num impacto em alta velocidade, maior o risco de lesão caso a colisão venha a ocorrer. Ou seja, a gestão da velocidade constitui uma ferramenta muito importante para melhorar a segurança no trânsito”, informa o estudo.

Um exemplo eficaz de melhoria na segurança do trânsito vem da Espanha que, com várias medidas, incluindo a utilização de toda a tecnologia disponível para o controle de velocidade (radares fixos, estáticos, portáteis e móveis – estes últimos em veículos em movimento que não são identificados), conseguiu uma mudança histórica no comportamento dos condutores. o país conseguiu baixar o limite de velocidade nas cidades. Entrou em vigor a nova legislação que limita a até 20 km/h a velocidade máxima em vias urbanas. Por exemplo, infratores podem ser presos e receber multas de até 600 euros, segundo a Dirección General de Tráfico. Itália, França e Reino Unido também intensificaram a gestão da velocidade na última década.

Brasileiros apoiam controle de velocidade

No Brasil, pesquisa do Instituto Paraná Pesquisas com apoio da Abeetrans, apurou que 75,9% dos entrevistados aprovam os controladores eletrônicos de velocidade quando ficam cientes dos benefícios em termos de redução de acidentes e vítimas.

“Quanto melhor informados da importância dessa tecnologia, bem como a gravidade da violência no trânsito brasileiro, maior a compreensão sobre a necessidade de se utilizar todos os meios possíveis para evitar comportamentos de risco e punir infratores”, reforça o coordenador do SOS Estradas.

“Os dados apresentados no nosso estudo demonstram que o número de condutores multados pelos radares fixos no país é, em média, inferior a 1%. Nesse sentido, o índice é ainda menor quando analisamos radares portáteis. O número de autuações aplicadas pelas autoridades, em particular nas rodovias, é praticamente irrelevante considerando o volume total de veículos circulando e a quilometragem percorrida”, destaca.

Fonte CNM

 

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