Hipertensão segue como maior causa de morte materna no Brasil, revela estudo

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22 de abril de 2025
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Apesar de ser uma condição evitável, a hipertensão continua como a principal causa de morte materna no Brasil, conforme aponta um estudo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) com base em dados coletados entre 2012 e 2023. A pesquisa identificou 3.721 mortes causadas por hipertensão entre quase 21 mil óbitos maternos registrados no período.

A taxa média foi de 11,01 mortes a cada 100 mil nascimentos, com pico em 2022 e leve queda em 2023, reflexo do impacto da pandemia na assistência obstétrica. O estudo também revela que mulheres pretas, pardas e indígenas têm mais chances de morrer em decorrência da doença do que mulheres brancas — não por fatores biológicos, mas por desigualdades sociais e racismo estrutural no sistema de saúde.

Entre os fatores de risco está o início tardio do pré-natal, que, segundo o levantamento, ocorre em média apenas na 16ª semana de gestação, especialmente em regiões distantes de grandes centros urbanos. O atraso compromete o diagnóstico e o tratamento precoce da hipertensão, o que aumenta o risco de complicações graves.

De acordo com os pesquisadores, medicações simples e de baixo custo, como carbonato de cálcio e ácido acetilsalicílico, podem reduzir em até 40% o risco de complicações se administradas antes da 16ª semana. Apesar de serem recomendadas pelo Ministério da Saúde, ainda há falhas no fornecimento dos remédios e na capacitação dos profissionais de saúde.

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