
Filho de petista assassinado no Paraná diz que pai ‘evitou o pior’ antes de morre
-
11 de julho de 2022Filho do guarda municipal Marcelo Arruda, militante do PT morto por um bolsonarista durante sua festa de aniversário, em Foz do Iguaçu, no domingo (10), o vendedor Leonardo Arruda, de 26 anos, contou que o pai evitou uma tragédia ainda maior ao reagir ao ataque.
“O bolsonarista apareceu do nada. Ninguém o conhecia. Ele gritava que ia matar todos os petistas, gritava palavras de ordem e ‘aqui é Bolsonaro’. Ele chegou a apontar a arma pela primeira vez para o meu pai. A esposa dele tentou evitar que ele fizesse um primeiro disparo. Ele prometeu que ia voltar, e voltou logo depois, já atirando. Ele acertou três tiros no meu pai. Pelo ódio dele, parecia que ia matar todo mundo. Mas meu pai conseguiu evitar o pior, antes de morrer”, relatou, em entrevista ao jornal O Globo.
“O ambiente estava maravilhoso. O tema era sobre o PT, partido que ele se identifica, que ele gosta”, lembrou Leonardo. “Nós vivemos num país democrático e devia ser assim. Uma pessoa não pode morrer por causa de uma questão política. Eu penso o seguinte: fez a festa do PT, Lula, que haja respeito. Se outra pessoa faz um aniversário com tema Bolsonaro, que respeite também. Não precisa ir num aniversário do rival e matar ele. Cada um comemora do jeito que quiser. A gente estava numa associação, num ambiente tranquilo”, disse o rapaz, lamentando a violência política que tirou a vida de seu pai.
Segundo Leonardo, o autor dos disparos estava “tomado pelo ódio” e sequer respeitou os familiares da vítima e sua própria família. “Ele matou enquanto gritava ‘aqui é Bolsonaro, aqui é mito’. Estamos todos muito apavorados”, contou o vendedor.