Festas Juninas em Risco: A Ameaça dos “Festivais Musicais” à Cultura Nordestina

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29 de junho de 2024
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Respeito à Cultura Nordestina: Um Chamado à Preservação das Festas Juninas

As festas juninas e julinas são mais do que simples eventos no calendário. Elas representam um movimento cultural profundo e autêntico, construído tijolo a tijolo pelos fazedores de cultura do Nordeste brasileiro. É com grande preocupação que observamos uma tendência crescente de transformar essas celebrações em meros festivais musicais, desvirtuando sua verdadeira essência.

As festividades de São João, São Pedro e Santo Antônio são intrinsicamente ligadas ao forró, gênero musical que se entrelaça com as tradições e costumes nordestinos. Não se trata de um simples show ou de um evento municipal, muito menos de um segundo carnaval. É uma manifestação cultural de grande importância, reconhecida por sua autenticidade e riqueza histórica.

Transformar essas festas em um festival musical, com a inclusão de artistas de outros gêneros, é um desrespeito à identidade cultural nordestina. Não se trata de desmerecer o trabalho dos músicos de outros estilos, que têm seu valor e importância. O ponto crucial é que as festas juninas têm sua própria alma, seu próprio ritmo, que não podem ser diluídos por interesses comerciais ou modismos.

A culpa, muitas vezes, não recai sobre os músicos, mas sobre os gestores e contratantes que priorizam atrações de massa em detrimento da tradição. Eles têm o dever de preservar a autenticidade das festividades, garantindo que o forró e os elementos culturais nordestinos estejam sempre no centro dessas celebrações.

É crucial lembrar que essas festas foram construídas pelos zabumbeiros, sanfoneiros, tocadores de triângulo e por todos aqueles que, dia após dia, mantêm viva a chama da cultura nordestina. Também são compostas pelas comidas típicas, pelas danças e pelas tradições que foram passadas de geração em geração.

Portanto, é imprescindível que respeitemos e preservemos a verdadeira essência das festas juninas e julinas. É necessário um esforço coletivo para garantir que esses eventos continuem sendo um reflexo autêntico da rica cultura nordestina, e não sejam transformados em festivais musicais que desvirtuam sua verdadeira identidade. Que a música predominante seja sempre o forró, e que a tradição continue a ser celebrada com o respeito que merece.

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