
EUA RECUAM NO TARIFAÇO E ABREM CAMINHO PARA O DIÁLOGO COM A CHINA
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13 de abril de 2025
Isenção de tarifas em produtos eletrônicos marca mudança na postura americana e revela pressão interna
Os Estados Unidos anunciaram recentemente a isenção de tarifas para uma ampla gama de produtos eletrônicos importados da China, representando quase 25% das importações americanas oriundas do país asiático. A decisão inclui smartphones, computadores, semicondutores e outros itens essenciais para o mercado norte-americano. A medida surge após sucessivas imposições tarifárias que chegaram a até 145%, configurando um dos maiores tarifaços da história recente.
A flexibilização sinaliza uma mudança de estratégia por parte da Casa Branca, que agora coloca sobre a mesa a carta do diálogo em vez da imposição. Autoridades americanas têm indicado disposição para retomar negociações diretas com Pequim, reconhecendo os impactos negativos que a guerra comercial provocou não apenas na economia global, mas especialmente em seus próprios setores produtivos e consumidores.
Essa abertura ao diálogo, no entanto, contrasta com a posição firme adotada pela China. Para o país asiático, a história ensina que recuar pode ter consequências duras. Desde a infância, os chineses aprendem que concessões excessivas a potências estrangeiras resultaram em perdas territoriais e humilhações nacionais — como nos tratados desiguais impostos pelas potências ocidentais no século XIX, e a ocupação de partes do território por forças estrangeiras.
A memória histórica de derrotas como a Guerra do Ópio e a subsequente perda de Hong Kong moldou uma cultura diplomática baseada na resistência e na soberania nacional. Por isso, mesmo diante de pressões econômicas, a China evita recuos que possam ser interpretados como fraqueza. Em resposta à recente medida dos EUA, porta-vozes do governo chinês classificaram a isenção como “um pequeno passo”, mas alertaram que a China continuará vigilante.
Analistas avaliam que o recuo americano pode ser apenas o primeiro de outros gestos de aproximação. Contudo, alertam que a China seguirá firme em sua política externa, sem abrir mão de sua autonomia. O atual cenário demonstra que a potência asiática joga no longo prazo e prefere enfrentar turbulências imediatas a comprometer sua autoridade global.