
Bruno Bolzan palestra em Teixeira de Freitas sobre créditos de carbono e oportunidades para produtores rurais
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13 de março de 2025Encontro reuniu pecuaristas e especialistas para discutir como as reservas legais e APPs podem gerar lucro e benefícios ambientais. Associação das Mulheres do Agronegócio também participa da iniciativa.
Teixeira de Freitas recebeu, nesta terça-feira (12), o CEO da Ozônio Ambiental, Dr. Bruno Bolzan, para uma palestra voltada aos produtores rurais sobre a venda de créditos de carbono em propriedades agrícolas. O evento aconteceu no Campo Forte – LS Tractor, no Trevo de Teixeira de Freitas, e contou com a presença de diversos produtores e pecuaristas da região.
O anfitrião do evento foi o pecuarista e pesquisador Dori Neves, diretor regional da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (FAEB). Ele destacou a importância do tema para os produtores locais, ressaltando que as Áreas de Preservação Permanente (APPs) e as Reservas Legais (RLs) podem se tornar fontes de renda para as propriedades rurais.
O que são os créditos de carbono e como podem beneficiar os produtores?
Durante a palestra, o Dr. Bruno Bolzan explicou que os créditos de carbono são certificados gerados pela redução ou captura de gases de efeito estufa (GEE), como o dióxido de carbono (CO₂). Cada tonelada de carbono evitada ou removida do meio ambiente pode ser convertida em um crédito de carbono, que pode ser comercializado no mercado regulado ou voluntário.
No caso das propriedades rurais, as APPs e as Reservas Legais são áreas de grande potencial para a geração desses créditos. O Brasil, com suas extensas áreas de vegetação nativa protegida, tem grande capacidade de fornecer créditos de carbono para empresas e países que precisam compensar suas emissões.
“Os produtores que mantêm suas áreas de preservação intactas ou promovem a recuperação florestal estão contribuindo para o sequestro de carbono e podem ser remunerados por isso”, explicou Bolzan.
Legislação brasileira e internacional sobre créditos de carbono
O mercado de créditos de carbono no Brasil segue uma regulamentação baseada no Código Florestal (Lei nº 12.651/2012), que determina a obrigatoriedade das Reservas Legais e Áreas de Preservação Permanente nas propriedades rurais. Além disso, há o avanço do Projeto de Lei do Mercado Brasileiro de Carbono, que pretende criar um sistema regulado para a negociação desses créditos.
Já no cenário internacional, a regulamentação segue os acordos climáticos globais, como o Acordo de Paris, que prevê que os países signatários devem reduzir suas emissões de carbono, estimulando o comércio de créditos entre nações. A União Europeia e os Estados Unidos já possuem mercados avançados de créditos de carbono, o que pode representar uma oportunidade para produtores brasileiros que queiram vender para compradores internacionais.
COP 30 e as perspectivas para o Brasil
A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), prevista para 2025 em Belém (PA), deverá ser um marco para o mercado de créditos de carbono no Brasil. Durante o evento, espera-se que novas regras e incentivos sejam discutidos para ampliar o acesso dos produtores rurais a esse mercado.
“O Brasil tem uma grande oportunidade na COP 30 de mostrar ao mundo que pode liderar esse mercado. Nossa capacidade de gerar créditos de carbono pode fortalecer a agropecuária sustentável e abrir novas fontes de receita para os produtores”, destacou Bolzan.
Mulheres do agronegócio também aderem ao mercado de carbono
Em um outro encontro realizado na mesma semana, o Dr. Bruno Bolzan reuniu-se exclusivamente com as integrantes da Associação das Mulheres do Agronegócio (AMA) para apresentar as oportunidades do mercado de créditos de carbono.
Durante essa reunião, as mulheres do agronegócio demonstraram grande interesse no tema e iniciaram conversas para formalizar um protocolo de intenções para a venda de créditos de carbono. A empresária e pecuarista [Nome de uma representante da AMA, se disponível] ressaltou que o mercado de carbono não apenas contribui para a preservação ambiental, mas também representa uma alternativa econômica viável para as propriedades.
“Nós, mulheres do agronegócio, temos um papel fundamental na implementação de práticas sustentáveis. Vamos buscar mais informações para garantir que nossos empreendimentos sejam não apenas produtivos, mas também alinhados com as novas exigências ambientais”, disse a representante da AMA.
Conclusão: uma nova era para a pecuária e a agricultura na região
O evento deixou claro que a produção agropecuária pode ser sustentável e financeiramente vantajosa ao incorporar práticas que reduzam as emissões de carbono e promovam o sequestro de CO₂.
Os participantes saíram do encontro com uma visão mais clara sobre como suas propriedades podem se beneficiar desse novo mercado. Com a possibilidade de formalização de protocolos de intenção para a venda de créditos, a pecuária regional pode entrar em um novo ciclo de rentabilidade e preservação ambiental.
A expectativa agora é que mais produtores busquem a regularização e certificação de suas áreas, fortalecendo a posição do Brasil como um dos maiores geradores de créditos de carbono do mundo.