Brasil apanha da Argentina e a CBF segue firme… na planilha

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26 de março de 2025
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Vexame em campo no dia 25 expõe que o único esquema bem montado é o financeiro; futebol mesmo, ninguém viu

Por Sammy Chagas – Coluna Especial

Teve drible, teve gol, teve olé… só que do lado errado. No dia 25 de março de 2025, a seleção brasileira entrou em campo contra a Argentina e saiu de alma lavada — mas foi a nossa, torcida, que levou o banho. O placar pouco importa, porque a vergonha já estava escancarada no primeiro toque de bola. O Brasil não jogou, não competiu, não incomodou. Foi um time fantasma sendo atropelado por um adversário real.

Mas calma: enquanto o futebol brasileiro desmorona diante dos nossos olhos, os números da CBF seguem sólidos. Os patrocinadores continuam sorrindo, os contratos estão em dia e os dirigentes seguem ocupadíssimos — não com futebol, claro, mas com planilhas e camarotes.

Quer mudança? Só se o caixa do patrocinador sangrar

Escrevo aqui como um brasileiro comum, daqueles que cresceram acreditando que a camisa amarelinha carregava história. Hoje, ela carrega… logos. E os únicos que realmente seriam afetados por um choque de realidade não estão em campo, mas nas salas climatizadas onde o futebol é apenas um detalhe entre uma reunião e outra.

E é por isso que defendo — com um sorriso cínico no rosto e uma lágrima no canto do olho — que o Brasil deveria sim ficar fora da Copa. Seria dolorido? Seria. Mas talvez só assim a seleção deixe de ser um powerpoint ambulante de marketing e volte a ser o que um dia foi: um time de futebol.

O técnico? Uma peça decorativa de luxo

Não culpe o treinador. Ele mal pode escolher a própria gravata. Ali, o cargo serve mais como escudo institucional do que como cérebro pensante. A escalação? Tem cheiro de lobby. A tática? É o famoso “Deus nos acuda”. O comando técnico virou uma função simbólica num teatro onde o roteiro é escrito por interesses que nada têm a ver com bola rolando.

O aviso foi dado. Alguém ouviu?

A derrota para a Argentina não foi só uma surra dentro de campo — foi um retrato falado da falência moral da gestão do nosso futebol. Jogadores apáticos, torcedores indignados e dirigentes blindados. O pior? Nada vai mudar. Pelo menos enquanto a seleção continuar sendo uma oportunidade comercial e não uma paixão nacional.

Geralmente, não escrevo sobre esportes — minha praia sempre foi a política, os bastidores do poder, as engrenagens da comunicação. Mas dessa vez, o sentimento falou mais alto. Porque o que aconteceu no último jogo da seleção brasileira não é só pauta esportiva, é pauta nacional. É indignação coletiva. Do torcedor mais leigo ao analista mais técnico, todo brasileiro sentiu a mesma coisa: vergonha, impotência e uma vontade danada de gritar. E se a gente não pode mudar a CBF, que ao menos possamos desabafar — nem que seja com ironia e sarcasmo.

Desabafo feito. Talvez não mude nada. Mas é como bater um escanteio num campo vazio: a gente sabe que ninguém vai cabecear, mas bate mesmo assim.

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