Aras se despede da PGR e diz que sua gestão sofreu com ‘falsas narrativas’
Sammy Chagas
21 de setembro de 2023O procurador-geral da República, Augusto Aras, revelou que os últimos anos à frente do cargo foram de “desafios”, “falsas narrativas” e “incompreensões”. A afirmação foi dada, nesta quinta-feira (21), durante a sessão do Supremo Tribunal Federal (STF). Aras comandou a PGR ao longo do mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O procurador-geral costuma participar dos julgamentos no papel de representante do Ministério Público. O mandato de Aras termina no fim deste mês. Ele não deve ser reconduzido ao cargo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem cabe indicar o procurador-geral.
O procurador-geral sofreu críticas por não ter levado adiante investigações contra o ex-presidente, como, por exemplo, denúncias sobre a atuação negacionista de Bolsonaro na pandemia de Covid.
No STF, ao defender sua atuação, Aras disse que sua gestão teve ‘algumas incompreensões e falsas narrativas, dissonantes com o trabalho realizado”.
“Nossa missão não é caminhar pela direita ou pela esquerda, mas garantir, dentro da ordem jurídica, que se realize justiça, liberdade, igualdade e dignidade da pessoa humana”, disse Aras.
Citando uma frase famoso do histórico primeiro-ministro britânico Winston Churchill, Aras afirmou que entregou, em sua gestão, “nada menos que sangue, suor e lágrimas”.