
A Visita da Secretária de Saúde a Teixeira de Freitas: Uma Análise Crítica
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26 de maio de 2024Na recente visita da Secretária de Saúde do Estado da Bahia, Roberta Santana, a Teixeira de Freitas, nossa equipe de jornalismo buscou entender o funcionamento das políticas de saúde no município e as dinâmicas entre as esferas estadual e municipal.
Ao investigarmos as ações e posturas do Estado e do município, percebemos uma clara dicotomia nas percepções e interações. Notamos que, frequentemente, a secretária e sua equipe parecem operar dentro de uma “bolha” de oposição à atual administração municipal. Esta bolha consiste em ouvir predominantemente relatos negativos sobre a saúde em Teixeira de Freitas, o que frequentemente conduz a tomadas de decisões baseadas em informações parciais ou tendenciosas.
A Bolha da Oposição
Essa bolha de oposição inclui figuras políticas locais que fazem forte oposição ao prefeito de Teixeira de Freitas. Entre eles estão Eujácio Dantas, Raíssa Félix, e o doutor João Bosco, diretor clínico do Hospital Regional Costa das Baleias. A proximidade da secretária com esses opositores, demonstrada em eventos e coletivas, sugere que suas percepções sobre a gestão da saúde no município podem estar sendo influenciadas de maneira desproporcional.
A Competência da Secretária
É importante ressaltar que Roberta Santana é uma profissional altamente capacitada, com um profundo entendimento do Sistema Único de Saúde (SUS). Sua competência e dedicação são inegáveis, e sua atuação como Secretária de Saúde do Estado da Bahia é amplamente reconhecida. No entanto, ao se deparar com uma narrativa predominantemente negativa, há o risco de que suas decisões sejam enviesadas.
Consequências para o Município
As decisões tomadas sob a influência desta bolha opositora podem prejudicar o relacionamento entre o governo estadual e a prefeitura de Teixeira de Freitas. Isso pode ocorrer de duas formas: ou a secretária age inocentemente, sem plena consciência das nuances políticas locais, ou ela pode estar ciente e, intencionalmente ou não, contribuindo para o desgaste do prefeito.
Respeito às Instituições
Apesar das críticas, é fundamental manter o respeito tanto à Prefeitura de Teixeira de Freitas quanto ao Governo do Estado da Bahia. Ambas as instituições têm um papel crucial na gestão pública e na saúde do município. A Secretária Roberta Santana, com sua competência e profissionalismo, deve ser vista como uma aliada na melhoria dos serviços de saúde.
O Papel dos Municípios Vizinhos
Outra crítica necessária é dirigida aos secretários de saúde dos municípios vizinhos, que frequentemente colocam Teixeira de Freitas como vilã na saúde regional. Teixeira de Freitas nunca se omitiu de atender ninguém da região do extremo sul. Entretanto, seu sistema de saúde está sobrecarregado. Com uma população de aproximadamente 150 mil habitantes, a cidade possui cerca de 400 mil cartões do SUS. Isso indica que muitos desses pacientes são provenientes de cidades vizinhas, onde não encontram assistência de saúde adequada e acabam buscando atendimento em Teixeira de Freitas. Além disso, há pacientes que são regulados dessas cidades para Teixeira de Freitas, o que agrava ainda mais a situação.
É muito fácil os secretários desses municípios falarem que são pactuados com Teixeira de Freitas e que pagam um valor para a cidade, mas seria interessante que detalhassem quanto exatamente pagam e quanto Teixeira de Freitas gasta com esses pacientes. Vamos ver se a conta bate. É muito fácil mandar um valor X e Teixeira de Freitas gastar 10X. Portanto, quando alegarem que são pactuados, deveriam apresentar os valores enviados e os custos que o município de Teixeira de Freitas tem, além do número de pacientes que são atendidos em suas cidades. Criticar apenas é fácil; é preciso criticar com dados concretos.
Os secretários das cidades vizinhas estão acostumados a fazer saúde pública com gasolina e ambulância, enviando seus pacientes para Teixeira de Freitas. Isso está errado. Em vez de gastar com gasolina e ambulância, eles deveriam investir na atenção básica e na média complexidade em suas próprias cidades. Fazer saúde pública com gasolina e ambulância não apenas sobrecarrega Teixeira de Freitas, mas também coloca em risco a vida desses pacientes nas estradas. Além disso, é muito mais barato para esses municípios operarem dessa maneira do que seguirem as diretrizes do SUS adequadamente.
O caso recente em Teixeira de Freitas evidencia a necessidade de uma abordagem mais equilibrada e técnica por parte das autoridades estaduais ao interagir com a realidade local. A saúde pública é um tema sensível que deve ser tratado com rigor e imparcialidade, sempre visando o bem-estar da população. Esperamos que, em futuras visitas, a secretária possa considerar uma visão mais ampla e diversificada da situação local, fortalecendo, assim, a cooperação entre as esferas de governo e promovendo melhorias concretas na saúde pública de Teixeira de Freitas. É igualmente crucial que os municípios vizinhos assumam sua responsabilidade na prestação de serviços de saúde, aliviando a carga sobre Teixeira de Freitas e proporcionando uma assistência mais eficaz e distribuída para toda a região.