A rosa democrática que precisa florescer no Brasil
-
12 de setembro de 2025O Brasil atravessa um momento delicado. Julgamentos de políticos, crises institucionais e atentados contra a democracia se acumulam no noticiário, revelando uma realidade marcada pela intolerância e pelo acirramento dos ânimos. Nesse cenário, não é justo culpar apenas a direita ou apenas a esquerda. A verdadeira raiz do problema está no extremismo — quando a paixão política se transforma em radicalismo e destrói a convivência democrática.
O extremismo não respeita fronteiras ideológicas. Ele se manifesta tanto na esquerda quanto na direita, inclusive na extrema-direita. Sempre que o radicalismo ocupa espaço, a democracia perde. O país deixa de avançar porque o diálogo é substituído pelo confronto permanente, e a política, em vez de ser o campo do debate construtivo, vira uma arena de inimizades.
O equilíbrio, tão necessário, nasce do respeito. Respeito ao próximo, à diferença, à pluralidade. Cada cidadão tem o direito de pensar e de opinar, mas também tem o dever de aceitar que outros pensem diferente. Aceitar não significa concordar; significa compreender que a diversidade de ideias é essencial para o fortalecimento das instituições e para a maturidade da sociedade.
Podemos imaginar a democracia como uma “rosa democrática”: delicada, frágil, mas bela e cheia de potencial. Para florescer, precisa ser cuidada com paciência e dedicação. Quem olha apenas o sol escaldante que a ameaça pode acreditar que ela vai murchar; mas quem rega com constância e esperança sabe que ela pode resistir e seguir viva. Assim também é a democracia: precisa ser regada com tolerância, diálogo e equilíbrio, mesmo quando as circunstâncias parecem adversas.
O extremismo falha porque sufoca essa rosa. Ele impede que flores diferentes convivam no mesmo jardim. O caminho para superar esse ciclo está em quatro pontos essenciais:
- Cultivar o respeito — desde a escola até os debates públicos.
- Garantir instituições fortes e isentas — que atuem sem favoritismos ideológicos.
- Praticar a moderação nos discursos — trocar insultos por argumentos.
- Assumir a responsabilidade individual — cada cidadão pode escolher se quer alimentar a polarização ou o entendimento.
O Brasil não precisa de mais radicalismos. Precisa de equilíbrio, de um jardim em que todas as rosas possam florescer, mesmo aquelas que não agradam a todos. Democracia é isso: o espaço onde convivem as diferenças. E somente cuidando desse espaço, com respeito e tolerância, poderemos ver nossa rosa democrática florescer com força e beleza.
