A Inteligência Artificial é uma ferramenta, não o centro das nossas vidas

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06 de dezembro de 2024
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Por Sammy Chagas

A Inteligência Artificial (IA) chegou às nossas vidas como uma das maiores inovações tecnológicas da história. Ela facilita processos, otimiza serviços, melhora a produtividade e transforma o modo como nos relacionamos. Seja na produção industrial, na prestação de serviços ou até na comunicação, essa ferramenta oferece soluções que há pouco tempo seriam impensáveis.

Mas é crucial lembrar que a IA é, antes de tudo, uma ferramenta. Ela não tem coração, pulmão, pele, emoções ou consciência. Não respira, não sente, não olha nos olhos, não abraça. Esses atributos, que nos definem como seres humanos, jamais poderão ser replicados por máquinas. E é exatamente essa humanidade que não podemos perder de vista.

Vivemos um momento em que a interação com a tecnologia é inevitável, mas precisamos equilibrar isso com os sentidos que nos conectam uns aos outros. O cheiro de um perfume, o toque de um abraço, a troca de olhares, o calor de um sorriso ou mesmo o sabor de uma refeição compartilhada. São esses momentos que alimentam nossa alma e dão sentido à vida.

É tempo de retomar hábitos simples, mas essenciais, que fortalecem nossos laços e resgatam nossa humanidade. Fazer um piquenique com a família, passear no parque com os netos, almoçar à mesa com todos presentes, sem celulares. Sair com os amigos para lanchar e guardar os aparelhos. Assistir a um filme abraçados, beijar mais, abraçar mais, sentir saudade e permitir-se chorar. Precisamos nos emocionar com a vida, nos comover com as histórias dos outros, gritar pelo nome de um amigo na rua, brincar de futebol com as crianças, rir até a barriga doer.

A Inteligência Artificial talvez acenda um alerta importante: precisamos nos relacionar mais. Levantar a cabeça, olhar ao redor e ver as pessoas, observar como elas se comportam, ouvir suas histórias. Parar de olhar tanto para a tela do celular e enxergar a beleza da vida real. São esses momentos que constroem memórias, que fortalecem vínculos e que nos fazem entender que somos mais do que usuários de tecnologia – somos seres humanos, com tudo o que isso representa.

A tecnologia deve somar e facilitar, mas nunca substituir o que somos. Cabe a nós decidir como utilizá-la: como um recurso que otimiza a vida ou como algo que nos isola e nos distancia da nossa essência. Não podemos permitir que ela nos desumanize.

A IA é poderosa, mas não pensa, não sente e não tem vida. Portanto, devemos usá-la para evoluir, mas sem jamais abrir mão de nossos sentidos e do que nos torna únicos como seres humanos. Afinal, nenhum avanço vale a perda da nossa humanidade.

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